Depois de dois anos desafiadores, o que esperar e como fazer a gestão das construtoras em 2022?
O último construsummit trouxe dados animadores ao apresentar lições otimistas para o mercado durante as plenárias. Um dos destaques da última edição foi o rumo do cenário macroeconômico. Isso porque a inflação e taxa Selic seguem elevadas.
O evento que aconteceu em 2021 trouxe falas otimistas dos analistas, Ana Maria Castelo (FGV), Ieda Vasconcelos (CBIC), Luiz França (Abrainc) e Rodrigo Navarro (Abramat). Porém, existe muita cautela devido às possíveis variáveis.
O preço dos materiais, por exemplo, é um ponto que deve impactar o mercado durante todo o ano de 2022.
O FGV/IBRE produziu uma análise importante para Sinducon-SP que aponta que aos poucos essa alta vem desacelerando, mas ainda assim o valor dos insumos é um problema para o crescimento do setor nos próximos meses.
De todo modo, as empresas precisam encarar essa situação e pensar em soluções a partir dos dados obtidos, já que o problema é uma realidade. É isso que o presidente da Abramat destaca, que é preciso se basear na estimativa de estabilidade e redução do valor ainda em 2022.
Entendendo esse cenário, afinal qual é a melhor solução para gerenciar as construtoras em 2022? Neste texto serão tratados diversos pontos importantes sobre isso.
Dados:palvra-chave para a gestão das construtoras em 2022
Tecnologia, inovação e digitalização: escolha ou necessidade?
Outros aspectos importantes para a gestão das construtoras em 2022
Dados: palavra-chave para a gestão das construtoras em 2022
Se basear em dados é um dos aspectos fundamentais para garantir a saúde financeira de uma empresa do setor da construção.
Segundo Ramon Roberto Deschamps, gerente de Engenharia e Processos da RDO Empreendimentos, a empresa precisa ter certa maturidade para conseguir usufruir dos dados e para gerar valor e melhoras financeiras, uma vez que não basta ter os dados. Para ter resultados positivos é preciso saber usar os dados.
Já Marcel Rodrigues, CEO da Hinc, reforça que o uso de dados se relaciona com como a construtora percebe e identifica as melhores vantagens para o seu negócio.
Isso tangência com outras características gerenciais como a criação de metas, conhecimento do cliente, além de segurança e assertividade para definição de estratégias e tomadas de decisão.
O diretor executivo do Sienge lembra que uma pesquisa da PwC aponta que o setor da construção gera atualmente 2,5 milhões de terabytes por dia. Porém, a empresa descarta cerca 95,5% desses dados, sendo que 90% são gerados de maneira não estruturada.
Ou seja, as empresas precisam estruturar esses dados para, a partir disso, conseguir gerar oportunidade e garantir melhores resultados como os seguintes.
- Indicadores financeiros melhores;
- Logística no canteiro de obras otimizada;
- Planejamento executivo bem realizado;
- Orçado e realizado devem ser feitos com a máxima assertividade.
Sendo assim, pode-se entender que os dados podem trazer excelentes vantagens.
Tecnologia, inovação e digitalização: escolha ou necessidade?
Esses três conceitos, que se relacionam diretamente, é cada dia mais parte do setor da construção civil.
O diretor da Soma e Urbanismo comentou na Construssumit que a criação do setor de inovação em sua empresa é uma aposta para o crescimento a longo prazo. Além de ser uma maneira de agregar valor aos clientes.
A inovação não deve ser mais uma escolha para as empresas do setor. Para fazer a gestão de uma construtora hoje, em 2022 ou em outro momento do futuro, é preciso investir em inovação.
Mas como conseguir ser inovador?
Para fazer isso você não precisa necessariamente ser o pioneiro em nada. Como relata o vice-presidente da Tecnisa, Fábio Villas Bôas, esse processo é árduo. Isso significa que você precisa trabalhar muito e, sobretudo, investir em conhecimento para ter uma empresa inovadora.
Está presente em eventos que abordam as experiências no setor, por exemplo, é uma maneira de adquirir conhecimento e manter a competitividade dentro do mercado.
Além disso, pessoas e diversidade são outros aspectos que devem ser levados em consideração se a sua intenção é, de fato, investir em ações inovativas. Existem pesquisas que apontam que empresas que prezam pela diversidade podem ser até seis vezes mais inovadoras.
Isso ocorre porque a diversidade permite que exista várias perspectivas e opiniões sobre qualquer coisa. Quando as pessoas, os pensamentos e comportamentos são diversos as inovações são mais assertivas.
Inovação é uma cultura, em certa medida. Sendo assim, para que isso seja parte da prática da empresa é importante trabalhar também o mindset do time.
Atualmente falar em inovação induz a pensar nas tecnologias e na digitalização do setor, não que uma inovação tem que ser necessariamente frutos desses aspectos.
As plataformas digitais são parte do processo...
A partir das plataformas digitais, as pessoas e as empresas conseguem gerar valor a partir do uso de ferramentas tecnológicas.
Como destaca o gerente de Estratégia e Mercado do Sienge, Guilherme Quandt no Construsummit 2021: “As plataformas vêm ganhando cada vez mais espaço porque integram segmentos e criam ecossistemas. Ou seja, é muito mais do que intermediar negociações”.
Essas plataformas quando bem utilizadas, ou seja, quando se soma ao conhecimento existente sobre o negócio e os clientes, seguirá fundamental na gestão das construtoras em 2022.
Dessa forma, o que se tem é a transformação digital resultando no aumento da produtividade. No entanto, essa não é uma realidade no setor, uma vez que a produtividade na construção civil cresceu apenas 1% nas últimas duas décadas, segundo aponta Glaucia Guarcello, Innovation & Venture Lead Partner da Deloitte.
Sendo assim, o que se entende é que o discurso da transformação digital não é colocado em prática frequentemente. Por isso, existe a necessidade de repensar o paradigma da criação de valor nessa indústria.
A própria digitalização ainda está longe de ser uma unanimidade no mercado. Muitas empresas da construção civil precisam evoluir para se aproveitar das ondas de digitalização no setor.
Porque, como afirma o Chief Strategy Officer (CSO) do Sienge, Fabrício Schveitzer, há pelo menos seis ondas de digitalização no setor.
- Na gestão e processos de projetos;
- Nos canteiros;
- Nos processos de vendas;
- As novas abordagens construtivas, com foco na gestão do processo e mudança do arranjo produtivo;
- Modelos de negócios, para buscar criar novas abordagens para o mesmo hardware;
- As fintechs e novas abordagens financeiras na cadeia construtiva.
Quanto mais tecnologias vão sendo desenvolvidas, novas ondas começam a surgir.
Outros aspectos importantes para a gestão das construtoras em 2022
Durante o Construsummit 2021 muitos assuntos importantes apareceram para refletir sobre como melhorar a gestão das construtoras em 2022. Além do que já foi falado acima, fique de olho nos seguintes pontos:
- Integre pessoas,
- Ferramentas, dados e todo o ecossistema.Cooperativa das compras de insumos é uma forma de diminuir os prejuízos com o preço alto dos insumos e a falta de materiais no mercado nacional. A Cooperativa da Construção Civil do Estado de Santa Catarina (Coopercon-SC), que realizou a importação de aço, teve bons resultados com esse método de compra.
- Se atente aos preços dos materiais e se organize para adquirir em um período de preços mais estáveis.
A partir do evento do Construsummit, da cobertura feita pelo pelo sienge e a colaboração de diversos profissionais da Construção Civil, foi possível pensar um pouco sobre a gestão das construtoras em 2022.
São muitos os desafios, mas é possível superá-los com bastante trabalho e união.
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